Nesta nova postagem vamos comentar e tentar tirar algumas dúvidas sobre diabetes mellitus tipo II que é mais comum e merece nossa atenção, pois através da atividade física podemos interferir diretamente nela.
O QUE É?
Segundo VANCINI et al (2004) o diabetes Mellitus é uma doença de origem endócrina que é caracterizada por sua taxa elevada de glicose sanguinea, ou seja hiperglicemia. Esta então é decorrente da falta de insulina ou a incapacidade da insulina em exercer de forma adequada seus efeitos nos tecidos alvos.
TIPOS:
Há alguns tipos de diabetes, vamos descrevê-las, mas vamos nos ater somente na mais comum, ou seja, mais encontrada na população, portanto de maior importância.
1- Diabetes Insipidus: caracterizada por não possuir sabor doce;
2-
Diabetes Mellitus: intolerância à glicose;
3-
Diabetes Mellitus, gestacional;
E possui também quatro subclasses clínicas de diabetes mellitus:
1)
Tipo I ou Diabetes Mellitus Insulino-Dependente (DMID);
2)
Tipo II ou Diabetes Mellitus Não-Insulino-Dependente (DMNID);
3)
Diabetes Mellitus Secundário;
4)
Diabetes da Desnutrição (American Diabetes Association, 1994).
FATORES QUE PODEM LEVAR AO DIABETES MELLITUS!!!
( ESTILO DE VIDA É O PRINCIPAL )
De acordo com Reis et all (2002), o diabetes mellitus tipo 2 é composto de inúmeros subtipos. Nas formas tardias existe uma clara interação dos fatores ambientais e genéticos. A alimentação não balanceada, estilo de vida sedentário, associados ao excesso de peso, são indispensáveis para desenvolver esta forma mais comum de DM2.
SINTOMAS:
Existem alguns sintomas da diabetes mellitus pelo aumento da glicemia e as complicações crônicas que se desenvolvem a longo prazo como: excesso de sede, aumento do volume de urina, aumento de micções, surgimento de hábito de urinar a noite, fraqueza, tonturas, visão borrada , perda de peso e aumento de apetite. Existem algumas outras complicações que os enfermos se queixam como as visuais, sintomas cardíacos, digestivos, renais neurológicas, ortopédicas.
DADOS ESTATÍSTICOS:
Se você acha que ela não é tão comum veja alguns dados estatísticos: Segundo VENCINE et all(2004) No Brasil, aproximadamente 14,7% da população com mais de 40 anos é diabética. Um estudo multicêntrico e populacional realizado em nove capitais brasileiras demonstrou que a prevalência do diabetes na população urbana entre 30 e 69 anos é de aproximadamente 8%, sendo as regiões Sul e Sudeste as de maior prevalência .
Vamos nos concentrar na diabetes mellitus tipo II( DM2 ), já caracterizamos ela, citamos alguns sintomas e a definimos, agora vamos ver de que forma a atividade física pode interferir nela.
INTERVINDO COM ATIVIDADE FÍSICA REGULAR.( é o remédio s/ contra-indicação )
Segundo
Malerbi, Franco (1992) estudos recentes mostram evidências fortes que o exercício físico regular com acompanhamento de uma dieta equilibrada diminui a incidência de diabetes.
Indivíduos classificados inicialmente com este tipo de diabetes não precisam do uso da insulina para um controle satisfatório.
EXPLICANDO:
Vamos tentar explicar melhor o parágrafo acima citado: De acordo com Khawali (2003) A atividade física tem a propriedade de aumentar a captação de glicose pelas células musculares, e o exercício sustentado induz aumento na sensibilidade à insulina. Assim como para a população normal, o exercício físico exerce efeitos favoráveis sobre fatores de risco cardiovascular comumente associados ao DM. Tentando explicar um pouco melhor eu poderia dizer que o exercício físico abre um caminho para a glicose entrar no músculo e isso potencializa a ação da insulina que em muitas vezes pode até fazer com que o paciente não precise mais de intervenção farmacológica. O problema é que esta ação dura entre 24 e 48 horas por isso a necessidade de se fazer no mínimo 3 vezes por semana atividade física orientada.
BENEFÍCIOS:
Segundo a BD(2002) existem muitos benefícios para diabéticos adquirindo a prática regular de exercícios físicos, como:
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Diminui a pressão arterial;
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Controle de peso corporal;
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Melhora a resistência à insulina
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Melhora a mobilidade articular
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Aumenta a densidade óssea
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Melhora o perfil dos lipídios
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Melhora a resistência física
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Melhora força muscular
RECOMENDAÇÃO:
Segundo BD(2002) 30 minutos de atividade física diária fazem diferença, é essencial para manter uma vida saudável.
INTENSIDADE E DURAÇÃO DE TREINO:
Sabendo-se que a grande maioria dos diabéticos do tipo II é composta de indivíduos que apresentam níveis baixos de condicionamento físico, a intensidade deve ser de 50 % do VO 2Max ou menos, no início do programa de exercício, e deve ser aumentado progressivamente, com a melhora do indivíduo, até 70 % do VO 2Max. Devido à prescrição de baixa intensidade nas atividades a serem realizadas pelos diabéticos do tipo II, recomenda-se que o exercício seja realizado todos os dias. É de suma importância que haja uma monitorização constante da freqüência cardíaca (FC). A maioria dos indivíduos diabéticos do tipo II pode obter, de forma segura, os benefícios do programa de exercícios, se sua freqüência cardíaca (FC) for mantida na faixa de 60 a 80 % da Freqüência Cardíaca Máxima (FCM). (American College Of Sports Medicine, 1995). No que se refere a exercícios resistidos a recomendação seria no mínimo 2 vezes por semana e em média dez exercícios com no mínimo uma série de dez a quinze repetições máximas utilizando exercícios ou aparelhos que envolva a maior parte dos grupos musculares e o aumento do volume e intensidade dos exercícios melhora essa condição trazendo mais benefícios a saúde. (ACSM, 2000)
CONCLUSÃO:
Espero que depois desse resumo, você tenha compreendido que a atividade física é fundamental no tratamento e prevenção da diabetes mellitus tipo II e que frequência e duração de treino fazem a diferença nos resultados, se você é diabético ou conhece algum repasse este link para que mais pessoas possam entender que há tratamento e cura através da atividade física regular e orientada.
Abraços e bom treino!
Personal Trainer
Elienai Cledson Carvalho
Cref.: 012163-G/SC
8822-3815
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elyenay.cledson@hotmail.com
elyenay_cledson@yahoo.com.br
http://personalelienai.blogspot.com/
REFERÊNCIAS:
American College Of Sports Medicine: 1995 Guidelines For Exercise
Americam College Of Sports Medicine Position Stand. Exercise and Type 2 diabetes. Med Sci Sports Exerc 2000.
BD BOM DIA: centro de educação em diabetes – ano XV – nº 66. SP. 2002
FECHIO, Juliane Jellmayer; MALERBI, Fani Eta Korn. Adesão a Um Programa de Atividade Física em Adultos Portadores de Diabetes. Arq Brás Endocrinol Metab vol 48 nº2. SP. 2004.
KHAWALI, Cristina; ANDRIOLO, Adagmar; FEREIRA, Sandra Roberta G. Benefícios da Atividade Física no Perfil Lipídico de pacientes com Diabetes Tipo 1. Arq Brás Endocrinol Metab Vol 47 nº1, SP. 2003.
REIS, André F.; VELHO, Gilberto. Bases Genéticas do Diabetes Mellitus Tipo 2. Arq Brás Endocrinol Metab vol 46 nº 4. SP. 2002.
VANCINE, Luiz Rodrigo; LIRA, Claudio Andre Barbosa. Centro de estudos de Fisiologia do Exercício. SP, 2004